A Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em Goiás (SRTE/GO) resgatou 70 trabalhadores da condição análogo a de escravo. A operação foi em parceria com o Grupo GT3 (Polícia Civil) e o Ministério Público do Trabalho, entre os dias 21 de agosto a 6 de setembro deste ano.

A ação fiscal foi realizada no canteiro de obras localizado no Residencial Itavilly, município de Itaberaí/GO. Laboravam no canteiro de obra 180 trabalhadores na construção de 270 casas populares com recursos do Programa do Governo Federal Minha Casa Minha Vida da Caixa Econômica Federal. Desse total de empregados, 70 eram submetidos a condições análogas à de escravo, na modalidade degradância, e foram resgatados pelo Grupo Móvel de Fiscalização.

Vários dos trabalhadores vieram de outros estados (Maranhão, Pará, Tocantins, Alagoas) embora já estivessem na região quando do início da obra. No canteiro não havia água potável, vestiário, local para refeição adequado, chuveiros e as instalações sanitárias eram precárias.

Do total de 180 trabalhadores flagrados no canteiro de obra, 70 estavam alojados em casas espalhadas pela cidade sem condições de moradia. Durante a visita nas casas foi constatada muita sujeira, falta de água potável, filtrada e fresca, ausência de camas, colchões rasgados e finos, sem armários individuais. O empregador também não fornecia roupas de cama, travesseiros e cobertores.

Nenhum dos 180 trabalhadores estava registrado em livro, ficha ou sistema eletrônico bem como não tinham suas carteiras de trabalho anotadas. Alguns deles nem CTPS tinham. Os trabalhadores estavam sem EPI – equipamento de proteção individual – e vários sem vestimentas. Não havia também controle de jornada. Além disso, as instalações elétricas estavam precárias com risco de choque elétrico. Houve embargo total da obra e interdição das casas alugadas para alojamento.
FONTE : www.pelegrino.com.br