O preço dos serviços dobra e está mudando a vida dos brasileiros. Em dez anos, o IPCA subiu 69,6%, enquanto a inflação dos serviços disparou 102,4%. Menos idas a restaurantes, negociação de pacotes com cabeleireiros, eletrodomésticos "possantes" em casa e uso de equipamentos automáticos em condomínios para reduzir a dependência dos serviços da empregada doméstica e dos porteiros, por exemplo, foram algumas das saídas para driblar a pressão de preços.
O campeão de alta foi o gasto com empregado doméstico: subiu 164,25% no período - seguido pela alimentação fora do domicílio (131,68%). Curiosidades: despesas com serviços de depilação ficaram 144,55% mais caros em dez anos; com manicure, 107%; e com cabeleireiro 100%.
A propósito, o endividamento total das famílias brasileiras aumentou e atingiu patamar recorde em agosto, de acordo com os dados do Banco Central. A relação entre o saldo das dívidas no sistema financeiro e a renda familiar acumulada em 12 meses (quanto o valor total das dívidas representa da renda em um ano) passou de 45,1% da renda em julho para 45,36% em agosto, maior percentual da série.
Descontando as dívidas referentes ao crédito habitacional, o percentual de endividamento cai minimamente de 30,41% em julho para 30,38% em agosto.
Em agosto, o financiamento imobiliário se tornou a maior modalidade de crédito para a pessoa física, ultrapassando o crédito pessoal. Também de acordo com dados do BC, em agosto, o saldo das operações de empréstimos imobiliários subiu 2,7%, somando R$ 314,8 bilhões. Superou, assim, o crédito pessoal total, que avançou 1,2% no mês, para R$ 311,5 bilhões.
O endividamento imobiliário é visto como mais saudável que as demais modalidades de crédito à pessoa física, pois reflete, na maioria das vezes, a construção de patrimônio das famílias. Além disso, como as operações são de longo prazo e têm menores taxas de juros, têm peso menor no orçamento mensal.
Por outro lado, a parcela do orçamento mensal das famílias comprometida com pagamento de dívidas financeiras apresentou leve queda na passagem de julho para agosto, saindo de 21,46% para 21,4%. Em agosto do ano passado, o percentual estava em 22,68%.
Fonte : www.jusbrasil.com.br