Condenado a 7 anos e dois meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no mensalão, o ex-deputado federal Pedro Henry (PP-MT) foi o primeiro dos condenados que cumprem a pena no regime semiaberto autorizado a trabalhar fora da prisão.
Médico por formação, ele começou a trabalhar ontem como coordenador administrativo do hospital particular Santa Rosa, em Cuiabá (MT), e deve receber um salário de R$ 7,5 mil.
O pedido feito pela defesa do ex-parlamentar foi acatado anteontem pelo juiz Geraldo Fernandes Fidelis Neto, da 2ª Vara Criminal de Cuiabá.
Segundo informou o hospital, a rotina de trabalho de Henry será das 7h às 17h. Às 19h ele deverá se reapresentar à Penitenciária Central do Estado (Polinter), onde permanecerá até as 6h do dia seguinte. Aos sábados, ele tem que voltar para o presídio até as 14h ficar recluso até as 6h da segunda-feira seguinte.
No emprego, o ex-parlamentar que recebeu dinheiro do mensalão exerce funções administrativas, como cuidar da escala dos profissionais. Mesmo sendo médico, ele não pode atender pacientes.
O ex-deputado tem que usar tornozeleira eletrônica e está proibido de frequentar lugares como casas de prostituição e de jogos, portar armas e ingerir bebidas alcoólicas ou se apresentar embriagado na penitenciária.
Henry se comprometeu a cumprir rigorosamente as determinações.
Após ter a ordem de prisão decretada, em dezembro, ele renunciou ao mandato na Câmara - decisão também adotada por José Genoino (PT-SP) e Valdemar Costa Neto (PR-SP) - para evitar o processo de cassação. Inicialmente Henry foi encaminhado para o Complexo da Papuda, em Brasília, onde estão outros condenados do mensalão, e foi transferido no fim de dezembro para Mato Grosso.
Único. Dos 17 condenados que já tiveram a prisão decretada, 9 cumprem pena no semiaberto, em que há a possibilidade de se trabalhar durante o dia. Mas apenas Henry teve seu pedido aceito pela Justiça até agora.
O pedido de trabalho de José Dirceu, preso na Papuda desde novembro, foi o que causou mais polêmica. Em novembro, o ex-ministro pediu autorização para trabalhar como gerente administrativo no Saint Peter Hotel, em Brasília, com salário de R$ 20 mil.
O petista, contudo, desistiu depois de uma série de notícias veiculadas na imprensa sobre a existência de um laranja residente no Panamá na constituição societária do hotel quatro estrelas.
Em dezembro, a defesa de Dirceu entrou com um outro pedido, dessa vez para que ele trabalhe na biblioteca do escritório de advocacia José Gerardo Grossi, com um salário de R$ 2,1 mil. Dentre os clientes do escritório de Grossi estão o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG),
O ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, também entrou com pedido para trabalhar na Central Única dos Trabalhadores (CUT), em Brasília.
Fonte : www.jusbrasil.com.br