Notícias

TJ-SP cria Comitê de Ética para ajudar juízes em dúvida

Sexta-feira, 31 de Janeiro de 2014

O Tribunal de Justiça de São Paulo ganhou um Comitê de Ética. Criado pelo presidente José Renato Nalini logo nos primeiros dias de sua gestão, o órgão irá ajudar juízes e desembargadores. O comitê, que não está vinculado à Corregedoria-Geral de Justiça, foi constituído oficialmente por meio da Portaria 8.922, publicada na edição de 24 de janeiro do Diário de Justiça Eletrônico. Ele será formado pelos desembargadores Antonio Carlos Villen e Ricardo Cintra Torres de Carvalho e pelo juiz Álvaro Luiz Valery Mirra. Responsável pela criação do Comitê de Ética, José Renato Nalini é um entusiasta do assunto, tendo escrito e organizado livros sobre a relação entre ética e magistratura.

De acordo com a portaria, a criação do comitê está relacionada à “urgência da ética para o desempenho de todas as atividades”, além da “transversabilidade dos temas éticos a impregnar não só a jurisdição, mas a atuação do magistrado”. O texto também aponta a importância de garantir ao tema um espaço no Judiciário paulista que seja condizente com a “urgência reclamada pela contemporaneidade”, e cita a existência do Código de Ética da Magistratura Nacional e de seus princípios orientadores.

O comitê deve, segundo o artigo 1º da Portaria 8.922, orientar os magistrados que, em determinada questão, considerem necessário ouvir colegas mais experientes. As consultas serão feitas pelo juiz interessado, pessoalmente, por e-mail ou telefone, e não devem ser divulgadas ao público, assim como as respostas, de acordo com o artigo 3º. Ao site do jornal O Estado de S. Paulo, o presidente do TJ-SP afirmou que a sociedade passa por uma fase de declínio de valores, e que o novo órgão permite que os juízes busquem auxílio no momento de dúvida. Ele disse que a medida mostra a abertura do tribunal para discutir tais questões, e lembrou que ninguém é perfeito, mas é sempre possível melhorar em relação ao dia anterior.

O corregedor-geral da Justiça, Hamilton Akel, informou à revista Consultor Jurídico que o Comitê de Ética é independente, sem ligação com a Corregedoria, e não pode ser procurado por partes, advogados ou promotores, como ocorre no caso do órgão que comanda. Para ele, a criação do órgão pode ajudar a resolver questões jurisdicionais dos magistrados, que não estão sob a alçada da Corregedoria. Akel apontou que a criação do comitê mostra a preocupação do TJ-SP com a relação entre a ética e a magistratura.

Clique aqui para ler a Portaria 8.922.
Fonte : www.conjur.com.br